segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Poesia para o pianista

Não que não fosse teu
O meu amor

Pois que não era meu também
Não era meu e estava oculto
Não era meu e, mesmo assim,
Me dói

Não que não quisesse os teus abraços

Não que não fossem quentes os teus braços
Não que não tivesse me embalado
A tua música


Não que não fosse teu

O meu sorriso
Pois que estive presa
No limbo dos desiludidos
No limbo do descaso
Que fere


E agora, antes fingido de morto,

O amor que não era meu
Me foi lavrado, imposto
E fere


E agora, a música experimentada,

Que nunca foi minha
Me foi negada, não declarada
E fere


E agora?

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