tag:blogger.com,1999:blog-85263632375263355242024-02-18T20:29:49.818-08:00(a)vida(em)arteO real através do espelho mágico. O imaginário sob o microscópio.Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-10432714692620905962015-12-11T09:50:00.001-08:002015-12-11T09:52:02.400-08:00Tantos sóis, tantos mundos...<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #373e4d; line-height: 13.5pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Certa vez vi uma parede com a
seguinte frase pintada: “cada persona es un mundo”. Sim, cada pessoa é um mundo.
Não está nisso a beleza dos encontros? É porque somos diferentes que nos
atraímos, é por isso que compartilhamos, e assim aprendemos o quanto podemos
crescer juntos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: #373e4d;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se escolhêssemos de novo, com
um olhar mais amoroso, a diferença poderia ser o nosso ponto de convergência,
ao invés da razão para a nossa separação.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span lang="PT-BR" style="color: #373e4d;">Você
sabe o que acontece quando duas galáxias se encontram? Com suas dimensões
exorbitantes, elas têm dentro de si milhões de estrelas, planetas, asteroides e
- sabe-se lá quantas - civilizações. É uma bagagem bem grande... Mesmo assim, quando
elas finalmente se aproximam depois de bilhões de anos de interação
gravitacional mútua, </span><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #252525;">as chances das estrelas das duas
colidirem é muito remota, por causa da imensa distância que existe entre elas.</span>
Esse encontro não as destrói, mas faz uma reviravolta danada em cada uma delas.
O Sol e consequentemente os outros corpos do Sistema Solar serão movidos para
outra região da galáxia, provavelmente bem mais afastada do centro. Essa fusão
pode demorar um bocado, certamente não sem algumas perdas, mas, no decorrer
desse processo, as duas se transformarão em uma imensa <span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: windowtext;">galáxia
elíptica</span><span lang="PT-BR">, trilhões de vezes mais luminosa. <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #252525;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 13.5pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #252525;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Isso nos ensina um tanto sobre nossas relações. Talvez
só precisemos aprender a criar mais espaço dentro de nós mesmos, nos libertando
de conceitos e de medos que se acumulam com o tempo, para nos permitirmos viver
o que o outro vem nos ensinar. Claro que todo encontro nos revira por dentro,
faz a gente se questionar, afinal, é um mundo completamente diferente orbitando
ao nosso redor. Mas é preciso lembrar: só fora da nossa zona de conforto que a
magia acontece. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw74s0ag0FcIOCDn_U1-2Pn1Dm_F6TYv-ij2s3MvujO6VJx-2tQb7JDGbHlGsnaYu8k0yTbdnSvJbymBm6FOK4DW1ffFQuABJpmVXHsoFLHrLQk2Drw9gdhdicFUyWhkfogQemQ9O57adp/s1600/via+l%25C3%25A1ctea+e+andr%25C3%25B4meda.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw74s0ag0FcIOCDn_U1-2Pn1Dm_F6TYv-ij2s3MvujO6VJx-2tQb7JDGbHlGsnaYu8k0yTbdnSvJbymBm6FOK4DW1ffFQuABJpmVXHsoFLHrLQk2Drw9gdhdicFUyWhkfogQemQ9O57adp/s400/via+l%25C3%25A1ctea+e+andr%25C3%25B4meda.gif" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-43210452371890036282015-07-12T09:54:00.001-07:002015-07-12T09:54:51.713-07:00O despertar para a natureza real<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6-Qdy-kEg2lhRJVI8P99MD5PA27_JVUfR0fl6wn1zgKp0k-buR9smWzVEoBSwRkjtdt9RZ1CouP6JEZU2C6A4LOnNnEHk6dAmZD-dRiKThH2tn7RkVeo2lAylIFSeEAs_ZmvaxR-f0WfE/s1600/IMG_9085.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6-Qdy-kEg2lhRJVI8P99MD5PA27_JVUfR0fl6wn1zgKp0k-buR9smWzVEoBSwRkjtdt9RZ1CouP6JEZU2C6A4LOnNnEHk6dAmZD-dRiKThH2tn7RkVeo2lAylIFSeEAs_ZmvaxR-f0WfE/s320/IMG_9085.JPG" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Acabo de terminar a leitura de um dos mais recentes
livros escritos pela Monja Coen, da tradição zen-budista, intitulado A
Sabedoria da Transformação. Nele, ela compartilha reflexões e experiências tidas
ao longo de sua vida monástica, do seu contato com mestres, discípulos e leigos
no mundo inteiro. É interessante observar como pessoas de diferentes tradições
e a partir de diferentes influências, religiosas ou filosóficas, têm convergido
em um sentido: o de ressaltar a importância e a urgência de transformarmos
nossa relação com o nosso próprio ser, com os outros, com o ambiente e,
portanto, com o planeta, na busca por vivermos uma Cultura de Paz e uma
consciência ecológica profunda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Entretanto, apesar de atualmente ser melhor percebida
a nível global, essa tendência não é novidade. A Ecologia Profunda, expressão
cunhada <span style="background: white;">pelo filósofo norueguês Arne
Naess</span> na década de 70, revela a percepção prática de que o homem é parte
inseparável, física, psicológica e espiritualmente, do ambiente em que vive.</span>
E é também reflexo de um sentimento de comunhão com a natureza, que surge de um processo tanto racional quanto místico. Em todos os tempos, houve seres despertos para
essa realidade, os quais, tendo acessado essa sabedoria, transformaram completamente
sua ação no mundo. São Francisco de Assis entre eles. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Abaixo, transcrevo uma
das crônicas presentes no livro da Monja Coen, na qual ela nos mostra, com
muita simplicidade, que essa percepção e as transformações que inevitavelmente decorrem
dela estão sempre acessíveis a todos, em qualquer tempo e lugar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Água
é vida<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i><span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">“O som do riacho no vale,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i><span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">a forma das montanhas<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<i><span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">são a voz e o corpo de Tathagata”.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Esse é um dos poemas de Mestre Dôgen
(1200 – 1253). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Tathagata é um dos epítetos, um dos
nomes elogiosos dados a Buda. Significa aquele ou aquela que vem e que vai do
assim como é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O poema revela o óbvio: toda a grande
natureza é a voz e o corpo de Buda. Buda é muito mais do que um ser humano que
viveu na Índia há 2.600 anos. Buda é muito mais. É toda a vida da Terra e do
Céu. Cada montanha. Por isso, não devemos esvaziar as montanhas de seus
minérios. Não as podemos deixar como cascas vazias e perigosas. Não devem se
tornar apenas formas ocas, como me alertaram, há muitos anos, que estava
ocorrendo em Minas Gerais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Sabemos usar os elementos da natureza
em nosso proveito, retribuindo, refazendo, refletindo e sabendo quanto, quando
e onde podemos utilizar esses recursos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Nosso corpo comum, mais do que nossa
casa comum, o planeta deve ser cuidado. O que acontece quando não escovamos os
dentes e comemos muito doce, por exemplo? Haverá cáries, infecções, dores. O
tratamento nem sempre é agradável. Mas, se não o fizermos, todo o nosso corpo
poderá ser danificado. A Terra é nosso corpo. Não pode ser abusada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">No século XIII, o Monge Dôgen
caminhava muito com seus discípulos. Era verão, as cigarras cantavam
incessantemente. Transpirando e com sede, pararam à beira de um rio. Usando uma
concha com cabo de madeira, ele pegou um pouco de água. Bebeu a seu contento e
retornou a água que sobrou na concha ao rio, ensinando: “Não abusar dos
elementos é a mente iluminada”. Até hoje, no mosteiro de Eiheiji, há um local
sagrado com uma concha de madeira à beira de um pequenino trecho do riacho
dentro das edificações, para lembrar a todos os ensinamentos do fundador: não
abusem da água. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Quando eu era noviça, em Los Angeles,
fiquei durante um ano morando com meu mestre, em sua casa. Curiosa, ao limpar
sua mesa de trabalho, sempre procurava por algum livro novo ou algum texto, que
professores e estudiosos do mundo todo enviavam. Um dia, encontrei sobre a mesa
um trabalho (em inglês) de um grande amigo seu, o reitor da Universidade de
Komazawa, em Tóquio. Essa universidade pertence à nossa ordem Sôto Shû, assim
como a PUC, no Brasil, pertence à Igreja Católica. O título do papel ainda
estava em japonês: <i>Mizu wa Inochi</i>.
Traduzido para o inglês: “Água é vida”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Não me recordo do texto, mas lembro
que, depois de lê-lo, comecei a agir de forma diferente. Molhava a escova de
dentes e fechava a torneira. Ao trocar a água dos vasos dos altares, cuidava
para jogar a água usada no jardim e nunca deixar vazar água limpa. Houve um
despertar.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">-<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Educação é
isso. Poder sensibilizar as pessoas para que seu comportamento mude. Até hoje
agradeço a esse grande professor. O texto era de duas laudas e meia. Simples e
profundo.<o:p></o:p></span></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-60296181266245746542015-03-27T23:48:00.001-07:002016-08-29T07:07:18.735-07:00Anicca e a beleza do buraco negro. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG_NA8VJMEu6f6EENTltbuSfzN099XMQjdQ0pd8JxxuGlRR5ubLVMmGAqAu6og65WV5IJGE8xI4ms4Fe0V9QXyvR-A0Sus0imoNBL8mkvmU9qBRoa7bkY4cGX1kTd6tPv8FiVBf1kK-q2F/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG_NA8VJMEu6f6EENTltbuSfzN099XMQjdQ0pd8JxxuGlRR5ubLVMmGAqAu6og65WV5IJGE8xI4ms4Fe0V9QXyvR-A0Sus0imoNBL8mkvmU9qBRoa7bkY4cGX1kTd6tPv8FiVBf1kK-q2F/s1600/5.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>"Anicca</b></i> (traduzido do páli, "impermanência". Lê-se /anit-txá/.) é um dos conceitos essenciais para a descrição do universo segundo o budismo (junto com <i>dukkha - sofrimento -</i> e <i>anatta - não eu -</i>, compõe as três marcas da existência).
Diz respeito à constante mutação de todas as coisas que compõe o
universo".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tive bastante tempo para refletir sobre <i>anicca</i> em minha vida durante dez dias entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Dez dias em completo silêncio em um retiro de meditação Vipassana, em uma cidadezinha a 30 minutos de Brasília. Dez dias completamente isolada de tudo que me era familiar - porque em um momento como esse a gente percebe o quanto não é familiar para si mesmo. Um mergulho profundo nesse "eu" que você pensa que conhece. Mas eu não tenho a convicção se posso traduzir essa experiência em palavras...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos últimos cinco ou seis anos, aparentemente, me tornei mais sensível à mudança em minha vida. Talvez porque na maior parte desse período ela tenha implicado em um sofrimento tremendo. Sim, o sofrimento existe. É esta a primeira nobre verdade budista. E sim, há um caminho para libertar-se dele: quarta nobre verdade. Mas até realizá-lo, há sofrimento. Há de haver lapidação!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas esta não é uma história triste. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim, há mudança. Sem parar, sem parar. Escolhas. A cada momento, escolhas. Escolhas que nos revelam. Quando a gente compreende que a vida existe por que há mudança, e que tudo, tudo acontece pela evolução, não existe mais arrependimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora eu vejo: há tanta beleza nesses momentos de incerteza, nessa fase que parece mais um buraco negro, em que a gente se vê diante de um universo de possibilidades, e ao mesmo tempo está - ou parece estar - sobre lugar nenhum. É a beleza da busca, da descoberta. Aqui, o caminho é a meta. E é a cada momento que a gente se descobre. A gente se descobre a gente à medida em que a gente se inventa. Ou, em um sentido mais profundo, à medida em que a gente desiste de querer se inventar. E passa a ser. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não me preocupo mais com planos para os próximos anos. Me ocupo com o que tenho agora. Tenho, sim, inclinações, mas aprendi - venho aprendendo - a estar a cada instante atenta, porque o próximo passo quem dita é o Coração. E o tempo do Coração é somente este momento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Venho buscar compartilhar alguns dos caminhos que vêm se abrindo para mim nesse processo de autodescoberta, que começou como um súbito momento de iluminação (porque "no fundo do poço há uma mola"- e uma lanterna) e certamente durará para sempre. Até que o "sempre" não seja mais um mistério. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É essencial para mim compartilhar, reconhecendo no processo mais que erros ou acertos, mas a força da Vontade que me faz continuar, e as sutilezas do Caminho, mais que o vislumbre da Meta. Quem sabe há alguém por aí que se espelhe, se reconheça... E que nessa troca, a gente se fortaleça. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Namastê! _/\_ </div>
<br />
<br />
<br />Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-37081543579580595002015-02-26T20:53:00.000-08:002015-02-26T20:53:08.481-08:00Essa gente é agente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGZe53jJ0a5ZWjf3B9ZybwBAzNyNcMHJqyIIK4PEpWo_D2_Fe9_NsIIq7PZSPBiXF8Yf4ULusVhRVkyZYWwFxh6WX9ty0-5EyqYoP9X54eDbXuB4gqlg1av3i0kdBOc59EhxY9r9ngPnrV/s1600/foto.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGZe53jJ0a5ZWjf3B9ZybwBAzNyNcMHJqyIIK4PEpWo_D2_Fe9_NsIIq7PZSPBiXF8Yf4ULusVhRVkyZYWwFxh6WX9ty0-5EyqYoP9X54eDbXuB4gqlg1av3i0kdBOc59EhxY9r9ngPnrV/s1600/foto.JPG" height="320" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Estes são Cláudia e Paulo. Eles são seres humanos. Sim, humanos no sentido integral, porque vivem buscando propósitos que sirvam ao crescimento e emancipação de outras pessoas. Eles vivem buscando inspirar, e talvez por isso mesmo sejam tão inspirados. <br /><br />Cláudia é uma Natalense que formou-se em Direito "porque a vida quis assim", mas foi sempre no trabalho voluntário que encontrou realização. Depois de se firmar profissionalmente, ela decidiu se dedicar ao que lhe despertava verdadeira paixão, e começou a cursar Ciências Sociais na Ufpb. Ela trabalha, faz faculdade, cuida de um gatinho e faz mais um milhão de coisas, mas reservou um tempinho para nos doar em uma "Conversa Amistosa Sobre Saber Ouvir". Nós do PUA (Projeto Uepb em Ação) aprendemos muito com ela, principalmente sobre humildade e compaixão. <br /><br />O Paulo tem formação militar, serviu por muito tempo na Aeronáutica e, como sempre conta, aprendeu a "matar profissionalmente", até decidir se tornar professor, virar doutor, e descobrir que seu melhor lugar no mundo era onde pudesse estar junto da molecada vestido de palhaço. No curso de Relações Internacionais ele toca o PUA e se dedica aos estudos de Segurança Humana, Cultura de Paz, Mediação de Conflitos e temas afins, além de puxar todo mundo pra palhaçada no trabalho lindo que faz nas comunidades do Cristo-Rangel como Clown. O mais bonito é ver como ele é apaixonado pelo que faz e a maneira como contagia todo mundo ao redor. Ele é o cara que te olha nos olhos e pergunta "O que você sabe fazer?" e te ajuda a descobrir o que você tem de melhor para oferecer como ser humano, como um agente de paz em potencial, para em seguida dizer: "Vem! Tem gente querendo aprender com você!". <br /><br />Um dia desses me perguntaram sobre algo que eu realmente gostasse de fazer e foi difícil responder. Mas conviver com gente assim me faz lembrar do que mais me apaixona na vida: compartilhar boas histórias. Histórias como a desses dois, que nos inspirem a nos tornarmos seres humanos de verdade, cada vez mais conscientes de que somos todos uma grande família.<br /><br />Essa gente é agente, porque faz o que pode com o que tem, e assim descobre que pode sempre ir além! E é muito bom estar viva e poder presenciar tudo isso. Muito, muito obrigada!</span></div>
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> </span><br />Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-32829847199475189412014-10-13T15:06:00.001-07:002023-05-21T18:18:44.954-07:00Amor de Vô<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Às vezes eu preciso escrever como preciso respirar. É quando, não importa o que eu esteja fazendo, a minha mente se transforma em um papel em branco, onde as frases vão surgindo, acompanhando a narrativa que constrói meu pensamento.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Meus últimos dias têm sido assim: narrativas internas solitárias, de palavras cheias de sentimento que de vez em quando transbordam pelo olho esquerdo. Assim, quando menos espero. Com o carro parado no sinal vermelho ou com o olhar fixo na lousa da sala de aula.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Daqui a 7 dias completarei o ciclo de 21 anos de vida.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">21 anos. Para mim, assim como para uma criança de 7 anos, isso é um bocado. Para o meu avô, que vive agora seus 87, pode ser quase nada. Mas eu não tenho certeza. Eu poderia perguntar: “Vô, tô completando 21 anos. O senhor não acha que isso é um bocado</span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: white; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">?</span><span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">”. Talvez ele me respondesse alguma coisa engraçada, ou alguma coisa muito sábia. Talvez ele só risse de canto de boca, com o olhar profundo de quem entende muito. Sempre foi um homem de poucas palavras.</span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6yCj0UzTwpK8bO7MrycpbhyphenhyphenEECVRWsP6AqHvd-oz5FgFAzC8EB5U3IU_gLODY_Gu_MNUWp9S3otVbErvq-_YKjPxX3JHmFvFrhhmU3dh8XOZeKmaCzEzhmlodUU4HizaJcnrwgmVfMi4l/s1600/foto+1+(2).JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6yCj0UzTwpK8bO7MrycpbhyphenhyphenEECVRWsP6AqHvd-oz5FgFAzC8EB5U3IU_gLODY_Gu_MNUWp9S3otVbErvq-_YKjPxX3JHmFvFrhhmU3dh8XOZeKmaCzEzhmlodUU4HizaJcnrwgmVfMi4l/s1600/foto+1+(2).JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;"><br /></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Será<span style="background: rgb(246, 247, 248); line-height: 22.72px;">?</span> Nunca tive boa memória. As lembranças que tenho dele são rasas, mais do que me contavam meus pais, mais das histórias que minha vó contava em dia de domingo, pra gente rir ou chorar. Quem terá sido meu avô<span style="color: #141823; line-height: 22.72px;">?</span> Por que eu sei tão pouco?</span> Há esse hiato entre nossas gerações. Minha mãe lembra e fala sobre ele de um jeito que quase nunca reconheço. Cresci distante. Aprendi a enxergar o mundo sem aquelas histórias de domingo, sem os conselhos dos “antigos”. Visitas no Natal, às vezes no São João ou no Carnaval, cada vez mais escassas. A vida que chama. O dia a dia. As andanças.</div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Onde eu estava enquanto meu avô esquecia meu nome?</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Lembro de suas costas largas, suas pernas altas, dos grandes olhos azuis que eu via lá de baixo, esticando o braço pra tentar alcançar. Lembro dele sereno, sentado na cadeira de balanço. E, da proximidade que tivemos, por mais que me esforce e esprema com força os olhos pra tentar recordar, lembro-me apenas de sentar em seu colo grande, de apertar sua corrente de ouro, com um grande F pendurado no peito, e pedir com inocência de criança que ele me deixasse aquilo de herança. “Quando o senhor for dormir, Vô... Diz que deixa pra mim, diz”, ao que ele gargalhava, junto de toda aquela gente grande que ainda não se preocupava com a hora de dormir.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Onde eu estava enquanto meu avô ficava tão pequenininho?</span><span style="background-color: white; line-height: 21.3px;"> </span><span style="background-color: white; line-height: 21.3px;">Onde eu estava enquanto meu avô perdia a voz? O que se deu com o azul brilhante de seus olhos grandes?</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; color: #000033; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">É a vida que segue seu curso, sem esperar por ninguém. A impermanência que a gente observa em tudo, mas que é tão doloroso aceitar na gente. </span><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; background: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Enquanto escrevia, eu chorei. E sorri. Senti tristeza e senti também alegria. Enquanto escrevia, eu mudei. Quem quer que esteja lendo, também já não é mais o mesmo de quando começou pelas primeiras linhas. O broto que floresce, a flor que murcha, o dia que vira noite. Tudo muda. </span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span lang="PT-BR" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">E o que a gente leva dessa vida é o amor que a gente dá. Não é assim que a gente se abre pro amor que pode chegar?</span><span style="line-height: 21.3px;"> </span></span><span style="background-color: white; line-height: 21.3px;">Amor que faz valer cada segundo. Amor que transborda no carinho e no cuidado de minha mãe com seu pai, agora que é ele quem precisa dela. Amor na dedicação infinita de minhas tias. Amor de uma vida inteirinha, como o de minha avó. Amor que tudo cura, tudo perdoa, tudo revitaliza.</span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglEayjPEavrrpI6h2H-avVQcy-0wcBSPMTHkyvcbVRHXf-VXwXITm_vneoc5Lyz3j65q9xRl9PNuR-CUfNRJ7VLFk25xwKPD8cj0lOZv65IsOeDk-ggGuQ3gf49lzVgROwgmgPW7j3-pP0/s1600/foto+2+(3).JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglEayjPEavrrpI6h2H-avVQcy-0wcBSPMTHkyvcbVRHXf-VXwXITm_vneoc5Lyz3j65q9xRl9PNuR-CUfNRJ7VLFk25xwKPD8cj0lOZv65IsOeDk-ggGuQ3gf49lzVgROwgmgPW7j3-pP0/s1600/foto+2+(3).JPG" width="320" /></a></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;"><br /></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Amor. </span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Que a gente aprenda a aceitar o que não se pode mudar.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Que a gente viva o presente, o único momento em que se pode verdadeiramente Amar.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #141823; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Vovô, gratidão por seu Amor.</span></div>
</div>
<div class="ecxMsoNormal" style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; margin-bottom: 1.35em;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-13335586783602213052013-09-27T15:35:00.003-07:002013-09-27T15:36:19.370-07:00(observar e absorver)A vida está lá fora<br />
Há vida nos muros,<br />
Pelos caminhos<br />
<br />
A vida está aqui dentro<br />
Mas há vida em contato,<br />
Tudo integrado<br />
<br />
Contato ainda que mudo<br />
Mas que se faça<br />
Fazer ou(vir)Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-56277513437352270322013-07-14T15:32:00.003-07:002016-08-29T07:14:58.167-07:00De vegetariana a vegana: causas e causos.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“A comida sacia
o corpo, mas só o alimento sacia o espírito”, disse Carla Ioost*, culinarista
vegana que conheci em novembro do último ano. Cigana por natureza, Carla tem um
pé na estrada, mas se encantou pelas terras e pela gente da Paraíba quando
veio, em ocasião do Festival Mundo, ministrar um workshop sobre alimentação
consciente. Desde então, armou sua barraca por aqui, encontrou seu canto – e por
aqui tem espalhado seu canto cigano, cheio de amor e boas vibrações. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela é uma das
figuras essenciais da nova fase que desabrochou – ou em que desabrochei – na minha
vida. Nos conhecemos em uma época de mudanças para mim (época em que me tornei
vegetariana), quando o universo se apresentava como se fosse tudo novo de novo,
como para um recém-nascido, e quando eu descobri que não existe tempo, ainda
que cada dia deva ser vivido como se fosse único.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Apesar da percepção
que se revelou em mim e do tanto que aprendi com pessoas incríveis das quais me
aproximei no período (Carla é só um dos nomes de uma lista imensa), nesse tempo
até aqui me perdi diversas vezes pelo caminho, me afastei de pessoas essenciais
e falhei em muitos de meus propósitos. Esta semana, ao folhear um livro,
encontrei uma citação que me caiu como uma luva: “Perder uma ilusão torna você
mais sábio que encontrar uma verdade”, de Ludwig Borne. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É libertador
perceber que nada tem de ser perfeito, linear e que não é só humano ter altos e
baixos, grandes revelações e grandes desilusões, mas é um mecanismo da própria
natureza, que no final das contas faz que tudo seja como deve ser. Por isso,
decidi deixar para lá as frustrações e começar (ou recomeçar) sem medo a
trilhar o caminho para o que eu considero ser uma vida mais plena e mais coerente.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Você deve estar
se perguntando onde entra a comida nessa história toda. Bem, eu posso lhe dizer
que ela é causa e consequência de tudo. E nem se preocupe que não vou discursar
sobre nosso instinto de sobrevivência e sobre como tudo que construímos e nos
tornamos se deu a partir da nossa luta diária por alimento. Deixo essa parte
para historiadores e antropólogos. Mas uma coisa é certa: a comida move o mundo
e nós somos mero fruto do que nos alimenta. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para não alongar
mais a história, lá vai o meu ponto de partida na busca pelo equilíbrio – o
qual compartilho com vocês por acreditar que, como parte elementar e essencial
da vida, o ato de se alimentar deve, sim, ser encarado como um ato político e,
portanto, devemos <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">buscar</span> fazê-lo da maneira mais consciente possível. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span lang="PT-BR">Meu primeiro dia
como vegana. Mais informações sobre vegetarianismo, meus avanços e dificuldades nos próximos capítulos. :)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span lang="PT-BR"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg85NXxU51zRWnuXYcieaaRoQuvwhg6sOIUcNzpy5gwPGeiNqHZ3xy1Q2J6a5BniPPjlvthFNvO1iDGcexvmbNPnQKMTkRVj4k3PldE46BVICW-effXc2V7dsNVwtKQ7NWBaRLXnCqAr5h/s1600/De+vegetariana+a+vegana+1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg85NXxU51zRWnuXYcieaaRoQuvwhg6sOIUcNzpy5gwPGeiNqHZ3xy1Q2J6a5BniPPjlvthFNvO1iDGcexvmbNPnQKMTkRVj4k3PldE46BVICW-effXc2V7dsNVwtKQ7NWBaRLXnCqAr5h/s320/De+vegetariana+a+vegana+1.JPG" width="315" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFt2qpJN21hWhPhQK2kJvWVY3-l0Cp5iwJ8A2lB0GNzCn4__iIr_I0crzwJt1G1WF1XQhu7tOBRhTO8Jq0ojB27g-iBdEoKZQ1pCDEdm3I5R50zbUKjeAJJFbOLm89ynSchCWlpBNgeQq5/s1600/De+vegetariana+a+vegana+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFt2qpJN21hWhPhQK2kJvWVY3-l0Cp5iwJ8A2lB0GNzCn4__iIr_I0crzwJt1G1WF1XQhu7tOBRhTO8Jq0ojB27g-iBdEoKZQ1pCDEdm3I5R50zbUKjeAJJFbOLm89ynSchCWlpBNgeQq5/s320/De+vegetariana+a+vegana+2.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCk3n6FqnqkkYVTkVsZi0pEg3JFH535Vlgk9xF7cGcQmN_zOilJulxBL1xgUVF9HWEi-iujZNsa0BGYbA6ryV9XdqalgeBT5K_dG0FqhUY0wJHtRujxnpLThV_pqwX-R3XP1i5TH1cay_/s1600/De+vegetariana+a+vegana+3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCk3n6FqnqkkYVTkVsZi0pEg3JFH535Vlgk9xF7cGcQmN_zOilJulxBL1xgUVF9HWEi-iujZNsa0BGYbA6ryV9XdqalgeBT5K_dG0FqhUY0wJHtRujxnpLThV_pqwX-R3XP1i5TH1cay_/s320/De+vegetariana+a+vegana+3.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span lang="PT-BR"><br /></span></span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-85116202692943132142013-05-26T19:37:00.004-07:002013-05-26T19:49:41.080-07:00Avante!<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAAPBMwzkpqL6FT1yrf_0kn-odyov2oujrHFZ-u5Qx8LEp8HhFL7LXOxhwo7B6XwLd4P2PjE4yn6fZRc_E6K6voJdyG6MOq6BOKTj4FxZjwlKP3ZuIS8RHYjGh2tm5v31mZnm6QEuzK49v/s1600/IMG_0486.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAAPBMwzkpqL6FT1yrf_0kn-odyov2oujrHFZ-u5Qx8LEp8HhFL7LXOxhwo7B6XwLd4P2PjE4yn6fZRc_E6K6voJdyG6MOq6BOKTj4FxZjwlKP3ZuIS8RHYjGh2tm5v31mZnm6QEuzK49v/s320/IMG_0486.JPG" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dia ouvi sobre civilizações antigas, muito evoluídas, e sobre sua sabedoria ancestral. Daí me meti a escrever sobre o ciclo da vida, sobre como se reconstroem os homens, geração a geração. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um dia escrevi sobre amores perdidos, corações doídos e sobre superação. Os dias continuam, os instantes tilintam no vai-sem-vir do ponteiro do relógio. O coração continua a pulsar. Os pensamentos vêm e se vão. Vez ou outra os descrevo, quase sempre me esqueço. E continuo aqui, com um segundo a menos a cada palavra e uma palavra a mais a cada segundo. Deixo esses delírios me reconstruindo sobre o que o tempo destrói. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Não pare nunca", me disseram. Porque a vida é corda bamba. </span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-88207623163212922912013-02-21T10:00:00.000-08:002013-02-24T08:02:57.168-08:00Preto no branco<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na vida nada é preto no branco. Logo, logo a gente se dá conta. Logo depois de refazer os pedacinhos que foram despedaçando-se pelo caminho. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por mais que de desilusão se viva, dela nasce a força. A força íntima. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A força vem da dor. Da hipertrofia do músculo à hipertrofia da alma, a força vem da dor. Pois que na natureza tudo se encaixa em perfeita simetria, mas nada de graça. </span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-43755630609193034872013-02-19T16:34:00.000-08:002013-02-19T19:22:32.807-08:00Consolação<div style="text-align: justify;">
<a href="http://soundcloud.com/bad-panda-records/badpanda176c/s-13KUG" style="color: #d47629; font-family: 'Trebuchet MS', Arial; font-size: 32px; line-height: 44px; text-align: center;" target="_blank">♫</a><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mirei teu rosto por tempo demais para o descaso que eu fingia. E ainda que tenha sido incisivo o olhar que de minha lágrima caía, me pareceu que só eu te via. E que teu rosto fosse talvez um desenho abstrato que eu precisasse decifrar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Silenciei por tempo demais. E quando finalmente estavas aqui, eu escolhi para dizer exatamente as palavras que eu não queria. Talvez na tentativa de calar aquele silêncio agudo. E como não poderia deixar de ser, entre os espasmos do silêncio que só tua presença corrompia, explodiram em mim aquelas palavras que minha boca repetia: "Eu acho que te amarei para sempre". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com a lágrima tímida que veio ao canto do meu olho, veio também a chuva acalentar meu pranto abafado. O céu, que com tantas estrelas bonitas, em tua ausência, me fazia companhia, chorava por nós comigo. Lavava nossas feridas. Chovia a água que fazia escorrer pelo ralo nossas palavras não ditas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-41491788336188998092013-02-18T16:33:00.003-08:002013-02-18T16:39:23.779-08:00Você, inacabado<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;">Você</span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"></span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">Você que vem e vai</span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Que veio, não voltou mais</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Por onde você anda?</span></div>
</span><div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; line-height: 15.453125px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Você</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Você doce e amargo</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Que de um só trago</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Traz e leva tudo</span></div>
</span><div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; line-height: 15.453125px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Você que não tem meio termo</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Por onde você anda?</span></div>
</span><div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; line-height: 15.453125px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Você,</span></div>
</span></span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-61531175217213000192013-02-18T16:29:00.000-08:002013-02-18T16:30:25.587-08:00Ciências Políticas<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lá estava ela, deitada com Maquiavel</span></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Fumando um cigarro depois de uma noite acordada</span></span></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Seria a última vez, estava decidida</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">"Já não me basta a conduta do Príncipe"</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">E desfrutou mais um trago daquele instante em Florença</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">"Já não me apetece a Fortuna, nem o sabor de Virtú"</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Vestiu-se, a boca ainda amarga</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Talvez pegasse o último trem em direção ao desconhecido</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Deixou na cama o defunto, esgotado</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">E a luz acesa, caso outro curioso o quisesse visitar</span></div>
</span></span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-60511986885400754032013-02-18T16:11:00.001-08:002013-02-19T14:08:45.538-08:00A Bukowski<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;">Bukowski, te compreendo</span></span><br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Da lama</span> </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;">Me reflito no teu sofrimento</span></span><br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;">
</span></span>
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">E choro</span></span></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;"> </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; font-size: small; line-height: 15.4545px;">Bukowski, esse teu argumento</span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #333333;"><span style="line-height: 15.4531px;">É lágrima imunda derramada</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="color: #333333;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Por este mundo de mazelas vis</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Mas este mundo que tu vês</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">E vi</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Não há de ser só</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Depois que a lágrima cair</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Daqueles olhos que veem,</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Deixes cair daquele que transcende</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br />
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Do olho terceiro, incólume</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Verás, talvez,</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;">
</span></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.4545px;"><span style="line-height: 15.4545px;">Não há de ser só...</span></span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span></span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-85895304788039932792013-02-18T16:02:00.000-08:002013-02-19T14:11:14.318-08:00Poesia para o pianista<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;">Não que não fosse teu</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;">O meu amor</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Pois que não era meu também</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não era meu e estava oculto</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não era meu e, mesmo assim,</span></div>
</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Me dói</span></div>
</div>
</span></span><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não que não quisesse os teus abraços</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não que não fossem quentes os teus braços</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não que não tivesse me embalado</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">A tua música</span></div>
</div>
</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Não que não fosse teu</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">O meu sorriso</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Pois que estive presa</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">No limbo dos desiludidos</span></div>
</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">No limbo do descaso</span></div>
</div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Que fere</span></div>
</div>
</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">E agora, antes fingido de morto,</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">O amor que não era meu</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Me foi lavrado, imposto</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">E fere</span></div>
</div>
</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;">E agora, a música experimentada,</span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Que nunca foi minha</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Me foi negada, não declarada</span></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">E fere</span></div>
</div>
</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #333333; line-height: 15.453125px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
</div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Courier New', Courier, monospace; line-height: 15.454545021057129px;">E agora?</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-53376441626790620692013-02-18T15:50:00.000-08:002013-02-18T16:02:42.634-08:00Reminiscência<span style="background-color: white; color: #555555; font-family: 'Trebuchet MS', Arial; font-size: 32px; line-height: 44px; text-align: center;"><a href="http://musigh.com/wp-content/uploads/2012/07/Mum-0000Ord.mp3" target="_blank">♫</a></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Sob céu estrelado corríamos</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Como clandestinos,</span></span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Sem fio que nos cobrisse,</span></span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">No compasso do mar.</span></div>
</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; line-height: 15.453125px;"><span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">E daquele instante mudo</span></span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="line-height: 15.454545021057129px;">Que fizemos doce, onírico,</span></span></span></div>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Dentre tudo que se fez eterno,</span></div>
</span><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="line-height: 15.454545021057129px;">Digo: foi meu favorito.</span></div>
</span></span>Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-49045932731674899512013-02-18T15:09:00.001-08:002013-02-18T15:50:27.392-08:00Qui sapit…<br />
<h2 style="background-color: #05031b; border: 0px; color: #e8f1e8; font-family: LeagueGothicRegular, HelveticaNeue-CondensedBold, 'Franklin Gothic Demi Cond', 'Franklin Gothic Medium Cond', Impact, sans-serif; font-size: 36px; font-weight: inherit; margin: 30px auto 16px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline; width: 430px;">
</h2>
<div class="body" style="background-color: #05031b; border: 0px; color: #e8f1e8; margin: 0px auto; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; width: 430px;">
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ninguém deveria precisar estar a mil por hora o tempo todo, produzindo, reproduzindo, sendo cobrado. Às vezes simplesmente não se está no pique. E esse “às vezes” pode ser por um dia, uma semana, quiçá um mês inteiro… Quem poderá dizer que não é real o que se sente? Quem trará aquela velha injeção de moral para aplicar nestas veias onde corre o teu sangue congelado?</span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<strike style="border: 0px; font-style: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">—————————————————————————-</span></strike></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Do alto de um arranha-céu:</span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Vês todos aqueles carros desgovernados na avenida? Eles não param nunca.</span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- E aqueles carros estacionados ali?</span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Não sabes que o trânsito continua? As pessoas entram em casa aos tropeços, fazem amor com um dos olhos no relógio, ligam a televisão quando precisam descansar. Assim o carro continua em movimento e ninguém precisa desligar a máquina. </span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Desligar a máquina?</span></div>
<div style="border: 0px; font-style: inherit; line-height: 1.3; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 1em; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Às vezes é preciso parar e concentrar-se, para então retomar o rumo certo da estrada, sem atropelos. Para isso é preciso ter coragem, porque ninguém vai esperar que você passe no ritmo que lhe convém.</span></div>
</div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-32267322303092163182013-02-17T08:01:00.000-08:002013-02-18T15:56:44.090-08:00HD externo<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #555555; font-family: 'Trebuchet MS', Arial; font-size: 32px; text-align: center;"><a href="https://soundcloud.com/kodaline/all-i-want">♫</a></span><br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Você recorda que eu sempre tive memória fraca e acha graça.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu me pergunto em que momento isso deixou de me fazer rir. Daí lembro que a única parte boa de não lembrar de quase nada era ter a sua memória comigo, enquanto você se ria e me beijava a testa esquecida. Sabe o HD externo que você sempre quis? Eu tinha um que segurava a minha mão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Até então, achei que meus lapsos de memória me seriam muito úteis em sua ausência. Isso porque a gente tem a impressão de que basta apagar os momentos felizes, basta esquecer aqueles detalhezinhos que nos inspiravam amor, para não morrermos de saudade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E por muito tempo não lembrei de quase nada de nós dois. Às vezes me vinham <i>flashs </i>à cabeça, sem que eu soubesse identificar hora, lugar ou por que sorríamos, por que fazíamos tantas promessas tolas... E mesmo assim, sem saber o porquê, eu sentia gelar o peito por efeito daquelas lembranças borradas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nem o tempo, nem o esquecimento, sabem driblar essa dorzinha que se mantém, inexorável, às vezes corrosiva, às vezes - quase - imperceptível. Essa dorzinha conhecida entre os poetas por saudade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Joguei em você aquelas palavras presas na garganta. Joguei porque preciso respirar. Se eu não lembro por que te amo, vou esquecer também por que fugi de ti. Vou te pedir que fique mais um pouco, nem que só para me contar sobre quando éramos felizes. Sua memória nunca falhou comigo. </span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<br />Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-46482357958843550972013-02-13T19:04:00.002-08:002013-02-18T15:50:49.635-08:00Poesia não é prosa<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Todos os dias</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quando o Sol me acorda</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ou se a Lua me vela</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Todos os dias te respiro.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Inspiro</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quase te ligo</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quase te procuro</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quase te digo</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Tudo isso que quase faço</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Expiro</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E na vontade que guardo</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quase te beijo</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quase te abraço</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">É muito quase para pouco de nós.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-59499963470618104192013-01-10T17:57:00.001-08:002013-02-17T08:05:26.759-08:00Epifania<br />
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">22:22</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O relógio digital marca a hora certa na
torre enlatada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O rapaz fardado desenlaça o tênis para
descansar os pés no chinelo enquanto espera a condução.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na faixa de pedestres o cardume desliza, delirante, contra o tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu sujo a mão com Bic para não deixar
escapar o pensamento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No cinema vi luxo, graça, sucesso. Nas ruas
vejo cansaço. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Aquilo ali era um Lamborghini?
Definitivamente é um Lamborghini parado no sinal vermelho, com uma moça
elegante gargalhando no banco do passageiro. Também tem luxo, graça e sucesso na rua. Mas
aqueles faróis são como holofotes para o menino descalço fazendo malabares sob
o semáforo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O menino sorri um sorriso frouxo, estende a
mão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O motor da Lamborghini ronca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se eu pudesse faria um filme sobre o garoto
e seus malabares, com holofotes de verdade, com plateia que prestasse atenção.
Ou com semáforo e tudo, para que desse no tino de quem dirige Lamborghinis ou
gerações de Unos que esse menino existe e, como ele, milhões. Mas no cinema
também já tem meninos descalços no asfalto, com malabares, sem malabares, às
vezes carregando uma 762.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enquanto isso menino e Lamborghini se
enfrentam no momento vermelho. Até que chegue o momento verde e um escape do
outro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E da bruta realidade? Escapa quem? </span><o:p></o:p></span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-3288712673002629702012-12-20T14:03:00.002-08:002013-02-18T15:51:03.372-08:0023 fotos no perfil<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilOzFNUDcH7_Zi_1xBG97V8Wk98JVixaTAICyj5crS2AXeAhYFpII2v7e8_kdtYbppHFZwEGVwhZRE53vvZCMobKw0fTQmAsdMKXaqf8-hE6h_Sc7DBspDR5Rr1DZoTariSuNx_jmV7Rlv/s1600/Desde+a+foto+com+flores+do+campo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilOzFNUDcH7_Zi_1xBG97V8Wk98JVixaTAICyj5crS2AXeAhYFpII2v7e8_kdtYbppHFZwEGVwhZRE53vvZCMobKw0fTQmAsdMKXaqf8-hE6h_Sc7DBspDR5Rr1DZoTariSuNx_jmV7Rlv/s400/Desde+a+foto+com+flores+do+campo.jpg" width="196" /></a><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Já se foram 23 fotos no perfil, 23 versões
diferentes de mim e, provavelmente, 23 fases diferentes da minha vida, desde
aquela com as flores do campo que me destes. Como muda um ser humano em alguns
meses! Por tanto que mudou, por tudo que não sou mais ou que acreditei que não
mais fosse, eu não esperava escrever de novo sobre ti. Tu, cuja lembrança já não
mais me assombrava. Tu, cuja aparição repentina, em caso de nos cruzarmos em
dia qualquer, acreditei que não mais me amedrontaria.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">A mim vieste com tuas amarguras e eu, que
estivera sã, que me sentira então finalmente inteira, eu me vi em ti. Éramos,
um do outro, espelho.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Antes, há muito tempo, eu me perguntava por
que havia gente que escrevia sobre suas dores e publicava ao mundo para que
todos soubessem que ali jazia um coração. Com o tempo entendi que somos todos
espelhos. A dor que senti outro também sentia, a minha dor não era somente
minha. Não é reconfortante? Por isso mesmo se emocionam as “mulherzinhas”, em
efeito catártico, com as personagens de filmes de romance.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Por que falar através de personagens distantes
se somos todos personagens de nós mesmos? “A vida é uma ópera e uma grande ópera”, disse Machado de Assis, não por ele mesmo, mas através do tenor
italiano que falava a Bentinho em <a href="http://www.triplov.com/contos/dom_casmurro/capitulo_09.htm" target="_blank">Dom Casmurro</a>. Ontem, enquanto assistia a “<a href="http://filmow.com/quero-ser-john-malkovich-t3438/" target="_blank">QueroSer John Malkovich</a>”, dirigido por Spike Jonze, me veio à mente a imagem de um
grande palco em que estamos todos, humanos-marionetes, dotados de certa razão e
guiados pelos instintos de nossa natureza. Marionetes, sim, como no filme,
porque vivemos à mercê de certos acasos aos quais somos alheios e, ainda que
sem um roteiro definitivo, protagonizamos nossa própria história.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Vês? Eu comecei a escrever achando que falaria
de nós dois, mas deparei-me ao fim do texto com as mesmas questões existenciais
de sempre. Quase que como Sofia (<a href="http://www.skoob.com.br/livro/134-o-mundo-de-sofia" target="_blank">O Mundo de Sofia</a>), encarando seu reflexo no
espelho, absorta em suas reflexões e desligando-se do mundo à sua volta, me
desliguei de ti. E nem sei mais o que eu queria dizer com tudo isso. Vai ver
não era nada importante. Talvez eu quisesse compartilhar aquelas palavras
bonitas que te escrevi um dia desses, mas elas não cabem mais, nem neste texto,
nem em mim.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-23631603482827095862012-12-13T18:00:00.000-08:002013-02-18T16:12:36.025-08:00Simone de Beauvoir e eu<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quinta-feira. Dia escolhido aleatoriamente para a publicação de crônicas e contos no blog de uma estudante de jornalismo que reluta a adaptar-se ao mundo virtual. A jovem tem, guardados em uma caixa qualquer, diversos textos rabiscados, ao longo de sua vida, em bloquinhos, provas antigas, guardanapos de restaurantes e cafés e, não raro, nos cantos das páginas de livros escolares e textos acadêmicos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ah! Como acha entediante transformar qualquer coisa em html (ou seja lá qual for a linguagem adequada para o virtual). Parece que vai-se embora boa parte de suas palavras quando elas saem do papel. Perdem o charme, a poesia. Antes não fossem lidas, ela pensa. Mas logo sente pena de quem fora ontem ao escrevê-las. Que pensaria dela, hoje, a criança que fora, se não compartilhasse com o mundo as palavras que brotaram do que tanto a sensibilizara à época? De solidão padeceriam o papel e o pensamento esquecidos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Decidida a não permitir que tal acontecesse, tornou à caixinha, separou uns papeis, mas frustrou-se. Nenhuma entre aquelas emoções transcritas traduzia seu atual estado de espírito. Não publicaria qualquer coisa que não a sensibilizasse, aqui, agora. </span><span class="Apple-style-span" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Partiu então para o papel. Percorreu algumas linhas com o lápis. Quantas até aqui? Foi quando revelou-se, subitamente, o estado de seu espírito: sem querer falar, ele queria ouvir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Largou o lápis, buscou o livro. Quem lhe falou foi Simone de Beauvoir. E elas compartilharam a tarde, as angústias, e discutiram a "Moral da Ambiguidade":</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">"Existir é fazer-se carência de ser, é lançar-se no mundo: pode-se considerar como sub-homens os que se ocupam em paralisar esse momento original; eles têm olhos e ouvidos, mas fazem-se desde a infância cegos e surdos, sem amor, sem desejo. Essa apatia demonstra um medo fundamental diante da existência, diante dos riscos e da tensão que ela implica; o sub-homem recusa essa paixão que é a sua condição de homem, o dilaceramento e o fracasso deste impulso em direção do ser que nunca alcança seu fim; mas com isso, é a existência mesmo que ele recusa".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A estudante alcançou a inspiração que lhe faltava. Simone, por sua vez, voltou à vida por um momento; ganhou nova oportunidade de se revelar. Viram-se felizes, uma em vida, outra na eternidade, pelo deleite dos encontros que a leitura proporciona.</span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-8477247466019753292012-12-06T18:43:00.003-08:002012-12-06T18:47:23.516-08:00Esperança<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFiNCvpqkyPTcCzujX51xGDap-5PwYFFSyA4UfRu1ZDyGoNhZ3sRVysRIjj6lFxMUke1IyhVGETlEyXbofOjwZ-sP59ALK54t3mcdVlzJ2Qbw-W2kU-Wz5_Hn63dUZNSuKPRnZIxH3X8My/s1600/DSC04043.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFiNCvpqkyPTcCzujX51xGDap-5PwYFFSyA4UfRu1ZDyGoNhZ3sRVysRIjj6lFxMUke1IyhVGETlEyXbofOjwZ-sP59ALK54t3mcdVlzJ2Qbw-W2kU-Wz5_Hn63dUZNSuKPRnZIxH3X8My/s320/DSC04043.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto crua, tirada por mim em meados de 2010.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Era um dia nublado. O céu era de um azul
como do céu de dias mornos em cidade morna. Ele estava deitado na areia da
praia, a mente em maré de ideias antigas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Tudo antigo, tudo antigo. Estou
cansado. Cansado de tantos pensamentos já pensados. Tantas histórias repetidas,
tantos rostos conhecidos entre os estranhos que passam... Ninguém que me
acrescente algo, sequer uma piada engraçada ou qualquer coisa que não seja a
despedida. E depois de fazer tantos amigos, a gente senta em frente ao mar e se
dá conta da solidão, refletida pela imensidão das águas, como um espelho que
nos escancara a verdade. Só. Sozinho. Finalmente – ou dolorosamente – só. Que
restou de tantas conversas? A vida dá voltas, é o que dizem. E é preciso
maestria para acompanhá-la em rodopios. Tantas voltas que se torna cada vez
mais difícil manter-se de pé. E assim ela segue, como um redemoinho, engolindo
os passarinhos cujas asas cansadas desistiram de voar. É cômico pensar em como tudo o que
penso compreender hoje cabe na caixinha de madeira em meu criado-mudo. E há
muito tempo não espio o que guardei lá dentro, a garantia ilusória de que
alguma coisa eu compreendo...).</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então se fecharam os olhos que
alternavam languidamente entre a visão das ondas e das nuvens. Ele finalmente
adormeceu. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">xxx<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sensação de frio. Algo gelado envolveu
seus pés descalços. Algo inconstante. Só depois de alguns minutos abriu os
olhos. Mesmo depois de perceber onde estava, permaneceu imóvel. Por quanto
tempo dormira? Dez minutos, uma hora? Há muito tempo não acordava tão bem.
Estranhamente, sentiu-se ainda melhor ao ver o braço esquerdo nu, ao sentir os
bolsos vazios. Não precisaria mesmo do relógio, que o oprimiu por tanto tempo.
Agora ele poderia sentir alguma paz. Realmente sentir aquele momento. Alheio ao
tempo, mas completamente consciente de tudo ao seu redor. Consciente de si
mesmo. Por um momento, nada tinha significado e, por isso mesmo, tudo fazia
sentido. Já ia embora, quando seus olhos se detiveram em uma mancha vermelha na
areia. Hesitou por um instante antes de
levar suas mãos até o que parecia ser uma rosa, pétalas aveludadas
semienterradas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Isso não estava aqui antes).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ele tinha certeza. Estivera deitado ali
por tanto tempo antes de adormecer... Não havia ninguém por perto. Uma rosa
simplesmente não brota da areia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(Mas quem..? Não importa. Não será a
primeira pergunta sem resposta. Nem a última). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não pôde evitar espiar as curvas da
praia vazia antes de caminhar até a escada mais próxima que levasse à
civilização. No bolso, uma rosa vermelha. <o:p></o:p></span></div>
<br />Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-38178453536307500622012-11-22T11:09:00.003-08:002012-11-26T06:42:26.851-08:00Descobri o café<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsR0qeVLO-tnsJLRmeTUAkSSNxB0CNS4841px82CVl_mklH-2Ymkvf0giveJo3yOR1uFbygulTbhkzqZlOe-RoFjSgj4dKt8e_OQDg6K0biWW9mZqha76VGItirIz1z7hLC8a6-ij_hNpe/s1600/aa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsR0qeVLO-tnsJLRmeTUAkSSNxB0CNS4841px82CVl_mklH-2Ymkvf0giveJo3yOR1uFbygulTbhkzqZlOe-RoFjSgj4dKt8e_OQDg6K0biWW9mZqha76VGItirIz1z7hLC8a6-ij_hNpe/s320/aa.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: <a href="http://www.flickr.com/photos/kimmysimoes" target="_blank">Kimmy Simões</a>*<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;">Estou, agora mesmo, sentada em
uma mesinha de madeira, ao lado de um pilão de moer grãos, no espaço mais
aconchegante que encontrei neste estabelecimento curioso que chamam de “café”.
É quarta-feira, meio de semana e já o segundo dia em que me recolho aqui,
acolhida por este cantinho, com o caderno de cultura do jornal do dia aberto
sobre a mesa. A capa apresenta os últimos lançamentos literários, os filmes em
cartaz no cinema, a estreia de uma peça sobre a vida de Clarice Lispector, com a
atriz Beth Goulart, entre títulos de crônicas e resenhas que preenchem as
páginas adiante. Nada muito sedutor, não fosse por esse cheiro vindo do balcão,
pelas pessoas passando lá fora, pelos murmurinhos do casal de idosos na mesa ao
lado. Não fosse pelo fim de tarde e pela sensação de “dolce far niente” que me
dá a essa hora. Não fosse pelo café.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;">Ah! O café... Cada um que adentra
nesse universo extraordinário, um refúgio do caos lá fora, dá partida em um
processo peculiar: a Hora do Café. Alguns são mais familiarizados com a coisa,
os veteranos. Geralmente senhoras esbeltas de cabelo curto grisalho, batom
avermelhado e óculos à la professora de francês, jovens adultos magricelas com
camisa de botão entreaberta e óculos à la Woody Allen ou, na maioria das vezes,
velhinhos solitários, calçando sandálias de dedo, com os óculos
estrategicamente posicionados na ponta do nariz, os olhinhos miúdos percorrendo
as páginas do jornal. E como para todo caso deve haver uma exceção (ou algumas
exceções), cá estou eu, assumidamente seduzida pelo Ritual do Café, aos 19
anos. Eu, que até sair do Ensino Médio franzia a testa quando me ofereciam
aquela bebida preta, amarga. Não que tenha sido há muito tempo, mas me pego,
vez ou outra, imaginando quando fui “iniciada”. Daí lembro das madrugadas em
claro, entre tratados políticos e ‘twittadas’, durante o primeiro ano de
faculdade. Das cochiladas nos ônibus no trajeto entre um curso e outro. Lembro
da falta de tempo, da falta de casa e de gente íntima por perto, enquanto durou
a obsessão de caloura por excelência acadêmica. Foi aí que descobri o café. Era o momento
perfeito: um dia corrido chegando ao fim, a noite trazendo a segunda parte da
jornada diária e, no meio, a promessa de
energias renovadas, a pausa de tudo que havia dentro de mim para dar espaço à
contemplação de tudo que continuava lá fora. <o:p></o:p></span></div>
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: small;">Bons frequentadores de “cafés” são, portanto,
ótimos observadores. Quando ali entramos nos tornamos artistas e, aproveitando
o ócio criativo, somos filósofos, escritores, sociólogos... Psicólogos (por que
não?!), já que passamos a identificar os “tipos” que por ali passam. Dos que
estão ali só pelos quitutes, aos apressadinhos que chegam de paletó – “Sai um
cafezinho rapidinho?”. Esses sentam no balcão – quando sentam –, soltam uma
piadinha sem graça e tomam o líquido sagrado de um gole só. Uma verdadeira
afronta, em minha opinião, aos demais ali presentes, verdadeiramente
interessados, suponho, em apreciar todo o processo. Quem quiser entrar para o
Clube, já sabe: vá sem pressa. Permita-se desfrutar desse tempo, seja
acompanhado de um amor, de amigos ou de um bom livro. Mas vá de coração aberto,
pronto para distrair-se e encantar-se com tudo ou com qualquer coisa. Quem sabe
a gente não se encontre, qualquer dia, em um café por aí. “Lá está! Mais um que
descobriu o café...”, eu estaria pensando, enquanto espiasse você decidir, com olhar contemplativo, entre Mocca e Cappuccino. </span></span><br />
<br />
*Kimmy é estudante de Rádio e Tv pela Ufpb e fotógrafa nas horas vagas. Obrigada por colaborar com a crônica de hoje :)</td></tr>
</tbody></table>
<br />Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-49291156694458761522012-11-15T04:11:00.002-08:002023-05-24T19:59:16.571-07:00O cachorro<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizVxb2Hv4i0aL14idLZo57UdB9E8LRYy2R4KinkLz0dSCMvaxVZLF_-9xsRrhD2sBx9aR1QvZcVZp1azoeP7wG34Ngo7ToPMbqBf5IhVoHibm3e32u-nVu-dlL57dOPtHhL9c8WH9RnUEu/s1600/14.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizVxb2Hv4i0aL14idLZo57UdB9E8LRYy2R4KinkLz0dSCMvaxVZLF_-9xsRrhD2sBx9aR1QvZcVZp1azoeP7wG34Ngo7ToPMbqBf5IhVoHibm3e32u-nVu-dlL57dOPtHhL9c8WH9RnUEu/s320/14.jpg" title="" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Este é Toy, meu companheiro há mais de dez anos. Não tive a oportunidade de fotografar Zorro, mas sua cor de carvão e olhos de mel são lembranças nítidas em minha memória. A vocês, caberá imaginá-lo :)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O
texto a seguir foi escrito em 27 de dezembro de 2009 nas páginas de um diário
pessoal. Decidi torná-lo público em homenagem ao cachorro do curta-metragem
“Menino do Cinco” (Brasil, 20 min., 2012, fic.), exibido nesta última terça-feira na abertura da
<a href="http://cinedireitoshumanos.org.br/" target="_blank">7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul</a>*. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sábado.
26 de dezembro de 2009. Natal.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Conheci
alguém com olhos de mel. Tanto na cor, quanto na doçura. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quando
decidi passear com Toy e levá-lo até a casa da minha avó materna, onde estavam
meus pais, não imaginava a surpresa que o destino me guardava. De onde teria
vindo aquele cãozinho cor de carvão que me seguiu até o portão? Solitário,
perdido, medroso, trêmulo e doce, extremamente doce. Tanto, que não se atrevia
a mendigar o que fosse, mesmo evidentemente faminto. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Perdido...
Talvez tivéssemos mais em comum do que eu poderia supor naquele instante.
Talvez eu tenha me apegado tanto a ele por sentir intimamente que aquilo que
transbordava de seus olhos melosos era, em essência, o mesmo que encharcava meu
coração. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual decidi escondê-lo em uma
caixa de papelão na mala do carro de meu pai para levá-lo à casa de minha avó
materna, onde eu estava hospedada. E de ter, mais tarde, discutido com todos
que queriam expulsá-lo dali. Que mais teria me feito percorrer aqueles becos
interioranos sob chuva forte, já tarde da noite, batendo às portas da
vizinhança com aquele cãozinho de olhos de mel em meu colo, na esperança de que
alguém fosse também seduzido por ele e decidisse adotá-lo?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como
ele estava assustado! Àquela hora minhas
lágrimas já se misturavam às gotas de chuva e meu desespero maior era pensar
que ele tivesse um lar e alguém procurando por ele em algum lugar. Afinal, ele
estava tão bem cuidado... Que medo tive de estar fazendo mal àquela criaturinha
indefesa! Quando finalmente alguém abriu a porta e demostrou interesse em criá-lo,
estremeci. Não suportei a ideia de deixá-lo, como se eu o estivesse abandonando.
Depois, fora daquelas circunstâncias, percebi como eram egoístas minhas
expectativas. Mas já estava tão ligada a ele, e ele a mim, que me desesperava
imaginá-lo ali, na rua onde vivi minha infância, hoje há milhares de
quilômetros de onde moro. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Àquela
altura minhas boas intenções já tinham transformado nossa viagem em uma grande
confusão. Minha avó, cujo temperamento naturalmente implicante piorou com a
idade, se enfureceu ao ponto de me rogar pragas. Vovô, ao contrário, demonstrou
compaixão com seu ar de cansaço e olhos doces tais como os do cãozinho. Em
razão da fúria da esposa, compreendo que ele tenha preferido a imparcialidade e
agradeço por isso. Sucedeu que decidiram deixar Zorro (como o apelidara meu
cunhado) na casa da vizinha e me convenceram de que voltaríamos pela manhã para
buscá-lo. Talvez até o levássemos conosco a João Pessoa, como eu havia
proposto, para que ficasse sob os cuidados de meu amigo Arthur, apaixonado por
animais e pai de dois labradores apaixonantes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Na
manhã seguinte, o céu de um azul peculiar a manhãs que seguem noites chuvosas
poderia ser prenúncio de um belo dia, não fosse aquela tensão suspensa no ar.
Não demorei a ir até a vizinha. Lá estava Zorro, a língua pendurada como se
sorrisse. Entre lambidos e latidos, senti o amor do reencontro. Dói lembrar que
prometi voltar logo. Dói pensar que não tive sequer a oportunidade de me
despedir antes de viajar. Não poderia supor, ao afastá-lo do portão para poder
sair, ser aquela a última vez em que nossos olhares se cruzariam. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu
o protegi e alimentei por um tempo curtíssimo e ele provavelmente não sentiria
minha falta mais tarde. Tão frágil que era, queria apenas proteção. Mal sabe
ele que aqueles olhos de mel ficariam gravados em mim. Soube depois que ele foi
levado por um fazendeiro. Meu pai até garantiu ter conversado com o homem e que
Zorro estaria em boas mãos. Lá ele seria feliz. Foi no que me forcei a
acreditar. Já aprendi que o tempo cura tais angústias, mas sei que a dúvida
sobre seu paradeiro me atormentará. Escrevo para concretizar minha esperança e
porque não quero esquecer aqueles olhos, nem o amor que eles doavam, sem pedir
nada em troca. Não quero esquecer a impressão que tive de ter perdido a
companhia não somente de um cãozinho carismático, mas de um ser de espírito
iluminado, capaz de oferecer o que a maioria de nós parece negligenciar no dia
a dia: amor. Simplesmente amor.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ele
me deu esperança. Esperança. Ele a plantou em mim. E sinto que, enquanto eu
guardar a lembrança dele, ela permanecerá viva. Assim, quem sabe, eu possa
semeá-la despretensiosamente, como ele fez. Talvez outras pessoas possam
sentir, através de mim, o que eu senti ao enxergar além dos olhos de mel.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Certa
vez ouvi falar que os olhos são as janelas da alma. Zorro me trouxe essa convicção. </span></span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8526363237526335524.post-16977714144918517122012-11-08T04:01:00.000-08:002012-11-08T04:07:54.610-08:00Toque no braço dela<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE4fNIgJevaGsS7GUnpp2GoLY3hVkpVUn50UIRmvlOJVFUlxiIUQPt7OUHA31vGkVjwXrb4sldfEM4EC4ZFJXqKtDCKmwYYgH3Mu1dqFFNpmGq3aHkyE1Bx8sErGgQNM64BZZrZq4P2jB2/s1600/Cr%C3%B4nicas+de+Quinta+-+Toque+no+bra%C3%A7o+dela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE4fNIgJevaGsS7GUnpp2GoLY3hVkpVUn50UIRmvlOJVFUlxiIUQPt7OUHA31vGkVjwXrb4sldfEM4EC4ZFJXqKtDCKmwYYgH3Mu1dqFFNpmGq3aHkyE1Bx8sErGgQNM64BZZrZq4P2jB2/s320/Cr%C3%B4nicas+de+Quinta+-+Toque+no+bra%C3%A7o+dela.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ilustração de <a aria-controls="js_0" aria-haspopup="true" aria-owns="js_0" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002541351993" href="http://www.flickr.com/photos/dearchaos/" id="js_1" style="background-color: white; color: #333333; cursor: pointer; font-size: 16.363636016845703px; font-weight: bold; line-height: 24px; text-align: left; text-decoration: initial; white-space: nowrap;" target="_blank">Aline Beuttenmüller</a>*</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; line-height: 115%;"><i>Ele
me pareceu poeta, pelo toque no braço dela.</i></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><br /></span>
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ele foi
devagarzinho. Começou pela ponta do dedo médio. Foi subindo. Seu dedo se
arrastando pelas mãos da moça, pelo antebraço. Desceu com o mesmo cuidado.
Talvez, não estivesse de olhos fechados, tão concentrada, ela tivesse sido
indiferente àquele toque. Ah! Mas lá estavam os dois: em um café diante do sol
que se punha atrás do rio. Lá estavam, como se não fosse meio de semana,
sentados em um banquinho de madeira, esperando o pedido chegar.</span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Acho importante
retroceder um pouco e descrever tal cena com maior riqueza nos detalhes, para
tentar fazer com que você compreenda porque um gesto tão comum, tão banal, foi
dignado a tamanha ênfase. Pois bem. Imagine uma cidade comum, litorânea,
pessoas comuns passeando, turistas com passinhos apressados, temendo perder a
entrada da canoa com o saxofonista que toca o Bolero de Ravel para acompanhar o
pôr-do-sol na praia do Jacaré já há tantos anos. O sax começou seus trabalhos,
o sol foi se despedindo, as pessoas se tranquilizando aos poucos, alguns <i>flashs</i>, sorrisos. Cenário comum naquela parte
da capital paraibana. E a tarde já ia com cara de noite quando eles passaram. Eu,
como bom observador, sentava no banco do outro lado da passarela com o jornal
aberto à minha frente, cobrindo parte do rosto. Estratégia antiga (e muito
eficaz) para velhos que aproveitam seus dias vendo os outros passarem. Pararam
diante de um café, desses forçadamente regionais, com forno de tapioca na
frente para atrair os turistas. Primeiro, ela chamou minha atenção ao correr
dali em direção a uma vitrola exposta na lojinha da esquina. Ele foi em
seguida, parecendo encantado pelo encanto que aquele objeto provocava nela. Não
sei o que se passou depois, minha audição não anda lá tão boa, mas retornaram
ao café, sentaram de frente ao balcão e eu já não conseguia desviar os olhos.
Disseram quase nada, sorriram para a moça de avental, esperaram qualquer coisa
que tivessem pedido. <o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"> Vi que o dedo começou sua jornada: de cima
para baixo, de baixo para cima. De uma maneira esquisita, aquilo me
hipnotizava. Ela: olhos fechados, boca semiaberta, cabelo desgrenhado. O queixo
dele em seu ombro, com os lábios como que querendo contar algo bonito. Pois que
não contasse nada! Bastava aquele gesto, pequenininho. O passeio que o dedo
fazia entre os pelos do braço dela. Era como poesia. Nunca poderei ter certeza,
mas senti que, por dentro, ela se ria com a leveza do toque, enquanto ele se
extasiava com o calor da pele dela.</span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">De longe, eu
também ria. Ah! Que vontade que tive de atravessar essa distância que separa os
estranhos e certificar-me de que eles entendiam a grandeza daquele momento. Mas
como todos que passam, partiram. Vi os dois desaparecerem, a boca cheia com as
palavras que não disse. E essa sensação gostosa que o fim de tarde traz de que
é preciso pouco para ser feliz. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">*Aline é ilustradora e é o talento por trás da marca de camisetas e acessórios <a href="http://266.tanlup.com/" target="_blank">266 t-shirts</a>. Muito obrigada por ter topado ilustrar a crônica de hoje :)</span></div>
Caroline Britohttp://www.blogger.com/profile/00130994256066880388noreply@blogger.com3